Imagem: Pedro França / Agência Senado
Um relatório divulgado nesta terça-feira, 26 de agosto de 2025, pela Organização das Nações Unidas (ONU) revela que mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso à água potável com garantia de segurança, o que representa cerca de uma em cada quatro pessoas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertam que a deficiência no avanço dos serviços de água, saneamento e higiene expõe milhares de pessoas ao risco de doenças e coloca em dúvida a meta de acesso universal até 2030.
“O tratamento da água, o saneamento e a higiene não são privilégios: são direitos humanos fundamentais. Precisamos acelerar nossas ações, especialmente nas comunidades mais marginalizadas”, declarou Rüdiger Krech, diretor da área de ambiente e mudanças climáticas da OMS.
O estudo classifica os níveis de serviço de abastecimento de água potável em cinco categorias: gestão segura, quando a água tratada chega livre de contaminação fecal ou química diretamente ao domicílio; básico, quando a água tratada é acessível em até 30 minutos; limitado, quando há espera prolongada; sem tratamento, quando a fonte é de poços ou nascentes sem proteção; e água de superfície, quando o consumo ocorre diretamente de rios, lagoas ou canais.
Entre as 2,1 bilhões de pessoas sem acesso seguro, 106 milhões ainda dependem exclusivamente de água de superfície, embora esse número tenha reduzido em cerca de 61 milhões na última década. A quantidade de países que erradicaram o uso de água superficial para consumo cresceu de 142 para 154. No entanto, apenas 89 países oferecem serviço básico de abastecimento de água e somente 31 conseguiram universalizar o acesso em condições seguras. Os 28 países com maior deficiência nesses serviços estão majoritariamente na África.
No que se refere ao saneamento, 1,2 bilhão de pessoas passaram a ter acesso seguro desde 2015, elevando a cobertura de 48% para 58%. A prática da defecação a céu aberto caiu de 429 milhões para 354 milhões, representando cerca de 4% da população mundial. Já o acesso à higiene básica, como lavar as mãos com água e sabão, avançou de 66% para 80% da população global, beneficiando 1,6 bilhão de pessoas.
Segundo Cecilia Scharp, diretora do programa WASH (água, saneamento e higiene) do Unicef, a falta desses serviços compromete diretamente a saúde, o futuro e o desenvolvimento educacional das crianças. Ela destacou ainda que as meninas são especialmente prejudicadas, pois muitas carregam a responsabilidade de buscar água e enfrentam desafios adicionais durante a menstruação.
Via: Agência Brasil
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